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São Luís do Maranhão: a minha Casa de Areia
Houve uma época na minha infância que a família se mudou para São Luís do Maranhão. Eu era pequena, mas guardo na memória lembranças belíssimas de lá. Ano passado, fui convidada para fazer um evento na cidade e esse ano acabei de chegar de lá. Esses retornos são como presentes para a minha alma, porque a cada volta descubro coisas em comum com os ludovicense – como são chamadas as pessoas que têm origem ou que vivem em São Luís.
Lembro que era um lugar quente e úmido, que chovia todas as tardes, religiosamente. Ainda hoje é um pouco assim. Morávamos em uma casa que tinha 4 quedas d’água, que para mim eram como verdadeiras cachoeiras. Também recordo daquelas praias lindas, imensas, de areia branca. Ano passado, visitei o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, uma unidade de conservação de proteção integral à natureza, um paraíso brasileiro fora do comum no coração do Nordeste. Eu me senti dentro do filme de Andrucha Waddington, “Casa de Areia”. Infelizmente, o brasileiro quando tem condições de viajar, opta por sair do país; mas aqui temos destinos que são incríveis, de tirar o fôlego. Acho que falta mesmo uma política nacional e de longo prazo que incentive o turismo doméstico, principalmente o turismo gastronômico; um vetor da economia que, sem dúvida, pode modificar o país.
A minha identificação com São Luís vem também da colonização francesa. Segundo alguns historiadores, foram os franceses que realizaram a cerimônia de posse da terra, que teria recebido o nome em homenagem aos reis Luís XIII e Luís IX. Anos mais tarde, a cidade foi invadida pelos holandeses, até que finalmente os portugueses chegaram e os expulsaram da ilha. Daí resulta a sua riqueza cultural, uma miniEuropa dentro do Brasil. Uma cidade na qual você encontra lindas construções europeias com um toque nordestino; os azulejos portugueses, que trazem uma característica única ao Centro Histórico; é o lugar do reggae, ritmo que amo dançar e escutar; a comida é bem temperada, com ingredientes típicos maravilhosos. A quem puder, eu recomendo: faça uma visita!