A festa foi dupla e a diversão, plural: 22 anos do Ruella e meus 50 anos de vida. O restaurante e eu ‘estreamos’ no mesmo dia: 17 de setembro. Ruella, em São Paulo. Eu? Em Recife, Pernambuco. Organizei um animado almoço no bistrô ‘comme il faut’, cercada de amigos e sem hora para acabar. Quero mais é me divertir. E a chegada dos emblemáticos 50 anos foi com tranquilidade e paz. 

Quer dizer, tive menopausa precoce aos 42 anos, mas como usava DIU, demorei a perceber o que estava acontecendo. Quando vi, estava triste, sem querer sair de casa, desanimada, achando que era depressão. Fiz os exames e na verdade era um problema hormonal. Então, essa parte que, em geral, assusta as mulheres deixou de ser mistério bem cedo. 

A chegada dos 50 anos tem um peso, óbvio, mas por outro lado traz também uma leveza enorme. Quem não me quiser como amiga, como mulher ou peguete porque tenho 50; ótimo! Já retiro essa pessoa da vida e terei mais tempo para usar com quem enxergue a minha alma e quem eu sou. Isso é muito mais importante do que quantos anos eu tenho. A idade é relativa e tenho cada vez mais certeza disso.

Não tenho mais a mesma ansiedade e insegurança da juventude. Sei o que quero e estou bem melhor sexualmente. Mas, sem dúvida, o corpo caiu e ficou uma merda. É real e tudo bem a gente falar sobre isso. Só não envelhece quem já morreu e eu não estou afim de morrer tão cedo! Enquanto tiver saúde, quero é viver (risos).

Foi nessa idade que descobri uma nova profissão. Eu me apaixonei pela TV e por isso decidi ficar apenas com o meu primeiro Ruella (Vila Olímpia). Assim tenho mais tempo para ser apresentadora e me dedicar a criar conteúdo para programas de TV como showrunner. 

Os 50 me trouxeram mais coragem, porque se já passei por tudo o que passei e sempre me refiz. E vou continuar me refazendo! Venha o que vier, vou dar a volta por cima. Estamos aqui de passagem, o negócio é viver, fazer amigos e ser feliz.