A minha maior referência de maternidade é a minha filha, Noáh. Com ela aprendi a ser mãe e também a ser filha. Até os três anos, vivi com a vovó Laura, filha de italianos, que cozinhava como ninguém. Foi ela quem plantou em mim a sementinha do amor em servir e alimentar os sentidos das pessoas que amo.

Quando fui morar com minha mãe e o marido dela, a mesa cheia de amigos e família era normal. Sempre podia chegar mais um, dois, três, que tinha lugar à mesa e um prato delicioso. Foi nessa família festiva que cresci e aprendi a tirar proveito até dos problemas. Isso com certeza me fez uma mulher forte e com grande capacidade de me reerguer.

A minha história com a maternidade começou com três abortos. Isso me abalou, achava que a vida não queria que eu fosse mãe. Eu mesma já estava achando que não conseguiria ser uma boa mãe. Quando engravidei da Noáh, senti como se fosse um presente que a minha avó Laura, que tinha morrido há um ano, estava mandando lá do céu para mim. 

Só consegui celebrar tranquilamente quando a Noáh nasceu. Ela saiu por um lado e eu me tornei mãe por outro. Foi um momento lindo. E eu? Me tornei uma supermãe! É o que eu acho e o que as pessoas que nos cercam dizem! E veio junto uma vontade de viver intensamente cada minuto com ela. Sei que estamos nesta vida a passeio e que criamos os filhos para ganharem o mundo, mesmo que no fundo, ou melhor, no raso das minhas emoções eu queira ela só para mim (risos)… 

Tento conciliar: ser uma profissional que trabalha muito e abrir mão de tudo para viver essa maternidade intensamente… porque quando eu sou mãe dela, eu sou a minha própria mãe e quando vejo Noáh com o pai dela, eu também estou tendo um pai. Essa relação é sensacional para provar às pessoas que não importa a vida que elas tiveram: elas podem fazer diferente sim!