Competência: Desde cedo defendo os direitos humanos e luto pela diversidade sexual, contra a violência e o preconceito que ainda existe e faz estragos. Eu sinceramente não consigo entender a homofobia; nem o preconceito, nem o machismo… Não consigo conceber uma pessoa forte bater em uma mais fraca ou julgar o seu semelhante pela cor da pele, por uma característica física, pelo que apenas ele considere que é certo ou errado sem um julgamento humanizado, afetivo. Quero todo ser humano de alma boa e de caráter perto de mim, independentemente de qualquer aspecto. 

A Homofobia e a Transfobia são fruto de uma ignorância absurda. Pouco me interessa a maneira pela qual as outras pessoas querem fazer sexo entre elas. Não sei como a vida sexual de terceiros pode interessar a alguém?

Durante toda a minha história no Ruella, sempre escolhi os meus funcionários e colaboradores pela competência, não pelo gênero, cor, credo ou sexualidade. Na minha equipe, tem travesti, homossexual, pessoas de diferentes religiões, deficientes físicos, soropositivos. Todos conquistaram a sua chance mostrando competência e se mandarem mal, sabem que estão fora. Todos, indistintamente.  

Graça a Deus, sempre fui uma pessoa criada de forma aberta. Nesse ponto, minha mãe foi realmente maravilhosa. Como tenho o lado paterno judaico, não tive uma cerimônia de batismo, como tradicionalmente acontece. Porém, quando aos 5 anos, minha mãe escolheu um padrinho para mim: o Senilton, que era travesti. Meu padrinho foi um homem maravilhoso, um ser humano incrível com quem aprendi muito. Assim, ao longo da minha vida sempre aceitei as pessoas pelo que elas são: pela alma, pela bondade, pela atitude, pela educação, pelo caráter, pela honestidade. São essas as atitudes que interessam.